O estranho poder do Natal

O Natal tem o estranho poder de acordar as pessoas para o que de pior se vai registando em carências por esse mundo fora. Por isso mesmo incomoda muito mais, nesta altura do que em qualquer outra, confrontarmo-nos com a existência de guerras, de fome, de carências, de sofrimento de qualquer ordem. Pelo menos, e não vale a pena negar, há muitas pessoas que só acordam nesta altura para estas realidades. Facto!
Depois há também aquelas que passam o ano a enaltecer as qualidades filantrópicas e altruístas de pessoas capazes de simplesmente “dar de si” – seja em que formato for, financeiro, em géneros ou voluntariado nas suas mais variadas formas. Mas também são incapazes de levantar o rabo do sofá para dar um pouco de si a quem quer que seja, mas elogiar fica sempre bem e divulgar então, nem se fala…! E aí, nesta altura lembram-se de ajudar uma instituição assim só para assinalar a data. Ou até deixam junto ao contentor do lixo (gesto tão “nobre”!!) um saco com roupas e por vezes até alimentos com validades a expirar porque ir até uma instituição entregar em mão dá muito trabalho.
Mesmo assim, no calendário destas pessoas, a palavra Natal devia estar assinalada todos os meses. Podia ser que o “estranho poder do Natal” os fosse abanando ao longo do ano, dlim aqui, dlom acolá.... quem sabe?!?! Ao fim de um ano era capaz de já haver melhores resultados.

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